quinta-feira, 30 de julho de 2009

Grafias

Falava com meu Amor, a Comadre, A. e a Borboleta essa semana. Estávamos a beira mar, no fim do dia, comendo camarões e tomando cerveja. Por do sol bonito, brisa fresca, nada para reclamar da vida.

Devaneando nos assuntos, alternando planos para mudar o mundo, piadinhas bobas e falar mal da vida alheia, falamos dos assuntos dos Blogs e de nossas idéias sobre eles. Surpreendi-me com Lu, quando ela me disse, em resposta a uma reclamação formal minha que ela abandona seu mural quando está perto de Bertão, que tentava, mas não conseguia falar da vida no blog, só dos sentimentos. Disse que tinha uma certa inveja dos comentários que faço sobre as coisas que vejo. Fiquei pasmo!

A pasmaceira se deve ao fato de que eu invejo os blogs autorais. Escritos que falam de si e dos sentimentos diante das coisas. Eu falo muito mais das coisas... transito nas idéias.

Cobraram minhas versões, interpretações sobre os poemas que posto. Ora, quero apenas permitir que cada um observe se há beleza nele a seus olhos. Acho que falo pouco de mim porque meus sentimentos já estão nos meus poemas, e eles andam pouco aqui porque no fundo, tenho muito medo de mim.
Eu sou um pequeno vulcão, pelo menos é como sinto, enfurecido e que inveja e busca a tranqüilidade. Que anseia pelo coração quieto, que torce pela inabalável certeza de que tudo tem seu ritmo e as coisas de um modo ou de outro se arrumam. Saber isso e sentir isso são coisas muito diferentes.

Sou dado a sensações intempestivas, a vaidades. Gosto de beber até a última gota, ler os livros até as orelhas, comer tudo que há na mesa. Aprovo a gulodice de vida e a maravilha da preguiça. Minha família e meus amigos são tudo o que quero mostrar do que sou. Minhas idéias costumam ser sólidas como diamantes e, enquanto não entendo algo, não tenho paz. Admito novas versões e mudo de opinião freqüentemente, mas as novas verdades são tão preciosas quanto as que abandonei.

Eu vivo na corda bamba entre tomar partido ou seguir minha vida. Eu temo o apreço que tenho pelo ardor da batalha. Eu desejo demais e me condeno por fazer de menos.

Um comentário:

Luciana Nepomuceno disse...

Demora, mas quando você fala mais de você é ainda mais belo. Sou besta não, fiz logo amizade...