sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Aos 85 anos...


Dois velhinhos conversando:
- Você prefere sexo ou Natal?
- Sexo, claro! Natal tem todo ano, enjoa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O Puff...

Comprei um puff com o brasão do mais querido, maravilhoso, lindo... Tão lindo que já não o possuo mais... Em uma reunião de amigos muitíssimos queridos, tanto insistiram que o levaram... Já compro outro... faz mal não...

Esse móvel incomparável vendido na calçada por um ambulante, possuía o valor de 50 reais, pedi o melhor preço e o rapaz deixou por 45. Na verdade ficou por 44,70 , pois não tinha todo o valor na hora. Mas, tenho certeza que ele deixaria por 40, 38, 35 talvez... Mas não me sinto tendo perdido dinheiro, ou deixado de economizar. To na paz.

Essa paz é fruto de uma reflexão. Apesar de cinco reais não ser lá uma fortuna. Temos um hábito muito perverso em geral. Pechinchamos ao extremo com os ambulantes e nos conformamos docilmente frente aos “roubos de lojas e demais instâncias formais”. Comprei outro dia uma lanterna no sinal, por 10 reais, me foi oferecida por 12 e sairia por 8 se eu insistisse. A mesma está à venda por 27 reais numa loja perto de casa. Mesma marca importada, mesma coisa, ambas são “falsas”... Podemos colocar todos os custos, encargos e impostos que não permitem essa discrepância de valor.

O que quero refletir é que, alheio ao debate sobre a informalidade, somos espertos apenas com os iguais ou menores... Uma espécie de canibalismo perverso que faz dos pobres mais pobres e consequentemente os ricos mais ricos... Pagamos alegremente juros de 0,5 a 11% ao mês em crediários, financiamentos outros e cartões de crédito... e nos acostumamos a isso...

Decidi que não pechincho muito com ambulantes na rua, com vendedores de praia, com pequenos prestadores de serviço e dou imensa preferência aos comércios que negociam preço... Onde não tem conversa, não tem acordo...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A terra em paz

Meu pequeno de seis anos disse para a irmã, de 14:

- Porque a terra não fica em paz?

Ela, imediatamente começou a pensar nas guerras e conflitos no mundo e a tentar equacionar uma resposta plausível para o pequeno quando ele emendou:

- É direto rodando, rodando, rodando...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mundial de Futebol – A COPA NO BRASIL

Dias atrás vi uma reportagem na TV sobre a opinião das pessoas na rua sobre a Copa no Brasil (detalhe é que perguntaram na rua e não numa porta de estádio em dia de jogo). Fora a brincadeira, a maioria criticou a realização pelos argumentos de que não temos dinheiro para isso e temos problemas demais.

Dia seguinte, uma colega de trabalho zangou comigo por que discordei dela, que utilizava os mesmos argumentos. Anteontem, foi a vez de zangar minha comadre querida. Falar contra a Copa, parece ser mais desinformação ou preconceito.

Assim, vamos aos meus argumentos em defesa da COPA DO MUNDO DE FUTEBOL NO BRASIL!

Primeiro ponto; uma copa nunca dá prejuízo... todas deram lucro e todos os países estapeiam-se por uma copa. Nos elevados padrões europeus para se fazer uma copa hoje se gasta em torno de 8 bilhões de dólares. Incluídos estádios, infra-estrutura, material, divulgação, segurança etc. É muito dinheiro, mas arrecada-se com tudo mais de 10 bilhões, estimativas de valores concretos, sem falar da valiosa exposição que o país é submetido, que permanecerá por décadas. Até hoje se fala da copa de 82, do estádio de Sarriá, do Dallas Ball em 94 etc... Esse tipo de exposição positiva é impagável. A Copa da Alemanha aumentou o PIB deles em 1%, isso é muito, principalmente lembrando que a economia Alemã é bem maior que a nossa.

Segundo; falando ainda, em dinheiro. Todo esse investimento não sairá integralmente dos cofres públicos. Investidores de todo o mundo querem aplicar seu dinheiro. Por quê? Porque dá lucro em curto período de tempo. Alguns dizem – “gastar rios para construir estádios” – só que hoje, a grande maioria das verbas destinadas a estádios são privadas. Empresas oferecem-se para construir de “graça” os estádios, mediante a permissão contratual de exploração por 20 anos em geral. Eles vão lucrar e nós vamos lucrar.

Terceiro; o investimento em hotelaria e turismo é também, em sua maioria privado. Investidores, novamente, querem investir em hotéis nas cidades sede. Lembrando que, hoje, possuímos uma rede hoteleira muito próxima do padrão desejado Pois temos uma inequívoca vocação turística.

Quarto; a maior parte do recurso estatal, esse sim gasto diretamente de nossos impostos, será investido em infra-estrutura de metrôs, ruas, avenidas, iluminação, asfalto, segurança pública, aeroportos, portos etc... E essa estrutura fica. Madri e Barcelona, ainda usufruem disso. Buenos Aires idem, desde 1974. E esse dinheiro já deveria ser investido nisso naturalmente, mas com a Copa, automaticamente, temos acesso a linhas de financiamento que não dispúnhamos anteriormente.

Quinto; são criados muitos empregos, uns temporários e outros permanentes. Nenhuma vaga de emprego é fechada com a copa, só abertas.

Sexto; o futebol não possui nada de alienante. A alienação encontra-se noutro processo, o educacional... países com alto grau de ensino formal e democracias sólidas são apaixonados por futebol tanto quanto os países africanos. Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Espanha... todos são, mais ricos, mais educados formalmente e apaixonados por futebol. Isso é idéia de pseudo-intelectual, que não sabe jogar bola nem nunca foi a estádio... as pessoas não podem ser felizes? Não podem ter hobby?

Aqui, infelizmente, em nossas paragens, é chique falar mal do Brasil e de seu povo!!!


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Outro dia estava eu numa loja de peixes...

Outro dia estava eu numa loja de peixes... tenho um propósito refletido a pouco tempo de só possuir em meu pequeno aquário espécies que se reproduzem em cativeiro, abandonando as que são retiradas do ambiente.

Muito bem (mas não é esse o foco), estava eu olhando peixinhos e na saída, ainda na porta da loja testemunhei um acidente automobilístico. Foi assim: uma L200 vinha na mão da esquerda numa velocidade média, reduziu e entrou de uma vez para o estacionamento diante da loja, porém, vinha na mão direita uma moto (honda 125cc com pelo menos 10 anos de uso), a baixa velocidade guiada por um homem jovem e uma mulher (sua esposa grávida). A moto travou tudo e tentou desviar ainda colidindo com a lateral do carro já na calçada. Foi tudo muito rápido. Felizmente ninguém se machucou e os danos materiais foram pequenos. De pronto eu e outros ocupantes da loja, celulares e câmeras à mão, registramos o ocorrido.

Agora, vem a parte triste. Desceu do carro uma mulher elegante, depois de ligar a seta, que até então estava desligada e nervosamente olhou o pequeno estrago no carro. Dirigiu olhares inquisitores, porém silenciosos, para o motoqueiro que levantava-se. A esposa conseguira ficar de pé saltando da moto. Socorremos com água e atenção, motoqueiros prum lado e motorista para outro. A Mulher da L200 afirmou que o marido chegaria em breve e resolveria tudo. Pensei que tudo ocorreria bem, mas foi mera ilusão. Então notei que sutilmente a mulher ao celular punha a culpa no motoqueiro e buscava por uma “autoridade amiga” para “resolver o assunto”. Coração mole, ainda pensei que ela poderia estar nervosa e com medo das represálias do marido. Aí chegou o marido. Homem alto, pele clara, fala educada, bem vestido em outro carro importado e igualmente caro com adesivos religiosos. Ele acarinha a mulher levemente e vai tentar resolver, culpabilizando o motoqueiro... só simpatia, mas quando afirmamos a culpa da mulher, fechou a cara, aborreceu-se... O tom de voz não era agressivo, mas aborrecido. Nessa altura o motoqueiro já estava puto, e com razão! A mulher, então, disse que ligara a seta e que o motoqueiro vinha por entre as faixas, ultrapassando de forma errada etc... aí nós rebatemos suas mentiras e, resumindo, ao final de um tempo o motoqueiro foi ressarcido.

Fui-me, deixando contatos com o motoqueiro para evitar qualquer nova manobra de velhaquice. Mas fiquei pensando até onde vamos com essa perspectiva capitalista de lucro e dinheiro. Um casal rico, andando em dois veículos que, juntos, podem comprar pelo menos 54 motos, como a do rapaz, num caso de poucos danos, em que claramente havia culpa da L200, envolvendo uma mulher grávida. Aquele gasto para o casal abastado seria tão complicado quanto para o rapaz? Entregador de sanduíche, na moto? Nossa incapacidade de empatia com a diferença nos leva a absurdos, a intolerância e ao cultivo da ignonímia de classificar as pessoas como boas ou ruins a partir da quantidade de bens e dinheiro que conseguiu, muitas vezes à custa do trabalho alheio...

Se for caro é bom? Se for rico, é honesto? Se for sofisticado é necessário?

Contra a Maré,

Costumeiramente remo, nado e me afogo contra a maré e a duras penas, tenho aprendido a ser mais tolerante e menos beligerante, diante das coisas que discordo. Compreendo profundamente que às vezes estou certo e outras vezes, nem tanto, mas cultivo opiniões e este é o motivo destes escritos: Falar das coisas que penso diante das coisas que vejo. Serão as mais diversas, quem paciência tiver, verá, mas nem por isso, ambiciono concordância, preciso mais é marcar posição, afirmar, quase sempre, o contrário. Isso, não por ser do contra, mas por ser contrário. E sou estranho mesmo, sou diferente, gosto de um mundo de coisas. Gosto das coisas que todo mundo gosta e das que pouca gente aprecia também, tenho um grande apetite, literalmente. E, estranhamente existindo, vejo muitas coisas de modo especial. Aqui, apresento meus pensamentos e opiniões, minhas angústias e meus partidos, minhas bobagens e convicções mesmo que CONTRA A MARÉ.

“Todo homem que acredita profundamente em algo é um homem perigoso”

(sei lá quem disse isso, mas é vero)