terça-feira, 9 de junho de 2009

Borboletinha, tá na cozinha, fazendo... rsrsrs

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgio que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não,
creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens,
fundo reinos - dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz ao ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

évio, você não poderia saber o quanto amo a Adélia, o humor preciso, a exata concepção de ser mulher, amar, viver. Obrigada por me lembrar isso tudo. Vou ver se encontro a minha preferida dela. Posto lá pra responder a este momento perfeito aqui

Luciana Nepomuceno disse...

Queremos mais posts, queremos mais posts...e as borboletas invadem sua casa, esvoaçam loucamente, alvoroçam seu juízo...

Lica disse...

E hoje, nada??