quinta-feira, 25 de junho de 2009

Soneto de Gregório de Matos

A cada canto um grande conselheiro,
Que vos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Chique, Gregório de Matos...

Lica disse...

tu bota aqui umas coisas tão tão, que eu fico até encabulada de comentar... naaaannnnnn

Luciana Nepomuceno disse...

ei, vá lá dizer em quê eu sou avara...fiquei na maior curiosidade!