desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgio que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não,
creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens,
fundo reinos - dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz ao ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
3 comentários:
évio, você não poderia saber o quanto amo a Adélia, o humor preciso, a exata concepção de ser mulher, amar, viver. Obrigada por me lembrar isso tudo. Vou ver se encontro a minha preferida dela. Posto lá pra responder a este momento perfeito aqui
Queremos mais posts, queremos mais posts...e as borboletas invadem sua casa, esvoaçam loucamente, alvoroçam seu juízo...
E hoje, nada??
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