Semáforo fechado. O carro prata à frente do nosso tem quatro portas e quatro ocupantes. Uma delas, a esquerda na traseira, estava semi-aberta, ou semi-fechada, como queira. Inquietei-me e tentei macaquear o aviso, dei sinal de luz, balancei os braços, gritei e nenhuma atenção despertada. O vendedor de jornais me olha solícito e eu pedi para que ele repassasse o alerta. A porta é fechada corretamente e o sinal abre. Ficamos, eu e o vendedor, a sorrir, na alegria tenra de ajudar alguém.
Essas pequenas alegrias em desuso deixam melancólico o meu olhar. Tantos vão e vem tão rápido, todos ocupados com seus próprios destinos, que falta espaço para o outro. O "eu' da gente é muito grande no coração... falta espaço para o próximo.
Nas cidades onde desejar menos é pecado, esforço-me para cultivar a alegria de ajudar o outro.
E mesmo assim faço tão pouco. Lamento as vezes o pensamento sem ação. É tão incompreensível ter crianças na rua... é tão absurdo... e tão vergonhoso dizer a si mesmo que não podemos fazer nada. Eu me perdôo muito fácil, na lamúria de pensar quão complicado seria...
3 comentários:
Estou meio sensível e chorosa por esses dias e você vem com um post desse só pra me comover...
Que saudade de vocês... vamos semear esse amor, um dia quem sabe o mundo melhora.
Beijinhos!
Dani
Quem sabe... vamos tentar que não custa tanto...
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