Antônio Conselheiro era um beato fanático católico, mas como ele existiam centenas no sertão. Ele era monarquista e considerava a separação do Estado da Igreja, oficializado pela República recém proclamada, um pecado sem precedentes. Devido a isso era contrário ao pagamento de impostos e a obediência as autoridades do governo.
O Governo Republicano recém criado se viu às voltas com vários movimentos de contra-revolução pró-monarquia por todo o Brasil e a grande resistência da população ao aumento dos impostos e da cobrança violenta feita pelos agentes do estado. Aos poucos Canudos foi tomando proporção no imaginário popular principalmente por sua organização interna de partilha e coletividade, a produção e as terras eram de todos e todos eram bem vindos. O arraial era paupérrimo, mas não havia Coronel e nem Governo para mandar nas pessoas, que obedeciam Conselheiro como emissário divino.
O conflito estabeleceu-se inicialmente devido a um incidente anterior. Conselheiro e seus seguidos promoveram anteriormente uma queima de ofícios, cartazes e mandados judiciais após presenciar uma cobrança violenta de impostos. O juiz em questão, Dr. Arlindo Leone, ficou pessoalmente ofendido e buscou a forra quando era Juiz de Juazeiro. Foi lá que o Conselheiro encomendou a madeira para a construção da nova igreja de Belo Monte e pagou adiantado. No prazo acordado a madeira não foi entregue como prometido e o Beato mandou recado marcando nova data e afirmando que seus seguidores iriam buscar a madeira. O Juiz então, aproveitando-se da situação, solicitou apoio policial do Governador Baiano, Luiz Viana, no que foi atendido, para proteger a cidade de um ataque dos conselheiristas.
Estava armado o circo, e ele iria pegar fogo.
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