Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim, estado do Ceará a 13 de março de 1830, de tradicional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral. Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Em suas andanças de beato arregimentou uma grande quantidade de seguidores e devido a perseguição política fundou o arraial de Belo Monte, vulgo Canudos em 1893 e atraindo milhares de pessoas. Usava banita azul, pois não era padre, um cajado, barba e cabelos longos e pregava os ensinamentos do catolicismo, apoiando os desvalidos e conclamando a igualdade e a caridade. Seguia os passos de outro missionário, o Padre Ibiapina, a quem admirava profundamente, embora não haja provas de que tenham se encontrado. Era contrário a República, pois considerava a monarquia como direito divino, e portanto inquestionável, a cobrança de tributos, ao casamento civil, ao estado laico e a constituição. Era um radical católico e, de maneira antagônica, pregava a igualdade entre os homens em tudo que não se referisse a igreja e a monarquia. Considerava que essas mudanças eram um sinal claro de que estava muito próximo o apocalipse.
Criou um sistema de produção em Canudos sem propriedade privada e centralizado, baseado em preceitos morais católicos e na vida coletiva. O gado e as terras eram coletivas e trabalhadas por todos. A produção era distribuída e a fome era menor que costumava ser.
Esse líder messiânico marcou profundamente a época e tornou-se um mito no sertão nordestino. Mais que isso, tornou-se um marco da força nordestina pelo que se deu a seguir.
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