Em 07 de Fevereiro, aproximadamente 15 dias depois da segunda derrota, parte a nova coluna contra Belo Monte em direção a Queimadas. Era formada por 1.300 soldados e com vários oficiais experientes da Guerra do Paraguai. O exército escolheu com esmero o comando da nova expedição, que tinha a responsabilidade de "lavar a honra" do exército. Comandava a coluna o Coronel Antônio Moreira César, conhecido pela alcunha de "corta-cabeças" devido a sua atuação na repressão ao movimento federalista no sul do país (1893-95). Esperava-se já um banho de sangue.
De Queimadas vai para Monte Santo e de lá para Belo Monte, no caminho ao passar pelo Cumbe (atual Euclides da Cunha) manda prender e humilhar o Padre Vicente Sabino, amigo do Conselheiro.
Em 3 de março tem início o primeiro ataque ao povoamento. Saturação de artilharia seguida de um feroz assalto de infantaria que dominou uma pequena parcela da periferia. Moreira César gritava: "Vamos tomar Canudos sem disparar mais um tiro ... à baioneta".
Contudo João Abade se preparara para recebê-lo renovado com as armas dos soldados mortos e feridos nos outros ataques. Uma tempestade de balas recepcionou a infantaria perdida entre os casebres ordenados de maneira a criar um pequeno labirinto. Diante da tropa apavorada com a resposta (esperavam eles que os sertanejos corressem de medo da artilharia) o comandante avançou a cavalaria... depois de várias horas sem avanço significativo a moral das tropas estava muito baixa, mais preocupada em entrincheirar-se que atacar. Quando ocorre o impensado. Moreira César é atingido por dois tiros. O exército recua as 19hs. O comandante morre na madrugada e o Cel. Pedro Nunes Batista Ferreira
--> Tamarindo, assumindo o comando, dá ordens de retirada logo pela manhã. Levam consigo 116 mortos e 120 feridos.
O caminho de volta foi como um inferno, com Pajeú acossando constantemente com emboscadas a tropa humilhada. Numa dessas ações morre o Cel. Tamarindo. Herdava o comando o Major Cunha Matos, a quem coube a desonrosa responsabilidade de relatoriar a derrota.
Nesse momento Salvador e Rio de Janeiro estavam quase em pânico, imaginando uma orda de negróides maltrapilhos sedentos a derrubar o governo e canibalizar a classe dominante. Jornais monarquistas foram depredados. Intelectuais, jornalistas e artistas pró monarquia foram achincalhados e até assassinados. Algo precisa ser feito...
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