
A estratégia dessa vez não subestimaria os sertanejos. Agora tratados com respeito e temor. Os relatórios das expedições anteriores foram analisados e o mapeamento do território foi feito com o máximo de cuidado. Foram mobilizadas tropas de 17 Estados Brasileiros (BA-SE-PE-PB-AL-RN-PI-MA-PA-ES-MG-SP-RJ-RS-AM-CE-PR) e foram equipados com o que de melhor havia na época. O efetivo era composto de 6 brigadas. A tropa seria dividida em duas colunas.
A 1ª Coluna, sob o comando do Gal. Silva Barbosa sai de Queimadas e passa por Monte Santo, composta de 3.415 homens, 12 canhões Krupp e 1 canhão Withworth 32. Na retaguarda, protegendo 750 mil quilos de mantimentos e munições, seguia o 5° Corpo de Polícia da Bahia, destacamento formado por 388 jagunços contratados no interior do Estado. A 2ª Coluna sob o comando do Gal. Cláudio Savaget, parte de Sergipe em tropas isoladas, se agrupando em Jeremoabo (BA), de onde segue para Canudos, composta de 2.340 homens. O efetivo contava ainda com a "nata" da artilharia do exército Brasileiro. Ao contrário da 3ª Expedição, que tentou tomar de assalto o povoado, a nova investida se propunha a um cerco a médio prazo, limitando os acessos e destruindo Belo Monte por saturação de artilharia.

Em fins de Junho, a coluna do General Savaget, após várias semanas de lento avanço encontrando resistência constante através de escaramuças dos conselheiristas, consegue situar-se em posição privilegiada de ataque ao povoado. Logo após tomarem posição e iniciarem o bombardeio a coluna recebe ordens de ir em socorro da 1ª coluna que estava em situação desesperadora. As emboscadas de Pajeú conseguiram levar pânico a primeira coluna, que já praticamente sem munição, defendia-se a baioneta e fugia de maneira desordenada do que chamavam de "guerreiros invisíveis". Toda a primeira coluna estava encurralada no morro da "Favela". O auxílio da 2ª coluna chega a tempo e salva o maior efetivo do exército de uma humilhação sem precedentes.

Em 14 de Julho, com uma salva de 21 tiros de artilharia, o comando da IV Expedição celebra o aniversário da Revolução Francesa: Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
Porém, em 18 de julho, já cansados do cerco e ansiosos por uma vitória rápida que reavivasse a moral da tropa, é organizado o "Grande Assalto" a Canudos. Todo o efetivo foi mobilizado e 3400 soldados investem contra o povoamento. Com muito custo conseguem transpor o rio e tomar um trecho de casebres. Invadindo com ânsia o vilarejo são recebidos com uma fuzilaria cerrada em dimensões surpreendentes. São forçados a recuar no fim do dia com 947 baixas totais. O "Grande Assalto" falhara vergonhosamente.
Diante de novo fracasso o General Artur Oscar, alarmado com a possibilidade de insucesso solicita reforços. Quase 1/3 de todo o efetivo inicial estava morto e outro terço fora de combate. Em 23 de junho recebe um reforço de 5000 soldados. Os relatórios dos oficiais ao comando na base de operações definiam: "jamais vimos combates como os de Canudos".

A 8 de Agosto parte de Monte Santo a famosa Brigada Girard, que era temida pela sua ferocidade demonstrada na guerra. Formada originalmente por 1.090 homens, apresentou-se no teatro de operações no dia 15 com menos de 800 homens. Até se comandante, o general Girard, pediu baixa evitando o conflito. A intrépida brigada recebeu o carinhoso apelido de "mimosa" pelos combatentes já sediados.

Durante o mês de Setembro, o exército conseguiu tomar a Fazenda Velha, melhor local para o bombardeio a Canudos, e conseguiu fechar a estrada da Várzea da Ema, última acesso possível, cercando completamente, após 4 meses de luta, os conselheiristas.
Ainda em Setembro 1897, morre Antônio Conselheiro. O ímpeto dos combatentes de Belo Monte esmaece e muitos abandonam a luta, mas a resistência continua.


Em 05 de outubro, morrem os quatro últimos defensores. O corpo de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada para estudos e exposição pública. Os 5200 casebres foram incendiados juntamente com os corpos insepultos dos sertanejos.
Estima-se que mais de 25 mil conselheiristas morreram no conflito que mobilizou um contingente superior a 15 mil soldados do Exército (mais da metade de todo o efetivo nacional), na maior guerra de guerrilhas que o Brasil já viveu.
Chegava ao fim, a o movimento católico e monarquista de igualdade campesina no sertão nordestino.
O General Comandante Artur Oscar publica a Ordem do Dia nº 145:
"Viva a Republica dos Estados Unidos do Brasil! Está terminada a Campanha de Canudos. Desde ontem que os batalhões das forças expedicionárias passeiam suas bandeiras sobre as ruínas da cidadela, com a consciência de bem haverem cumprido o seu dever!".
Um comentário:
Criminosos genocidas,
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