Já contei que o Contra a Maré foi parar numa tese de doutorado por um levantamento que fiz para um post??? Não contei??? Pois é, depois eu conto rsrsrs. Faz tempo isso hehehe.
Bem voltando ao filme é o seguinte: se eu fosse olhar apenas o filme como como uma ficção/ação despretenciosamente eu diria que é muito bom. A pancadaria é de boa qualidade, o Denzel Washington está muito bem no papel de Eli, além de que, a ambientação está quase perfeita. Assistindo sem pensar o filme é muito bom.
Mas acontece que eu não sou assim, e por isso achei o filme lamentável. Tudo por causa do "mote". O ponto de estofo do filme é um livro, que só Eli tem, com a missão de protegê-lo. Esse livro, que todos buscam e que é fonte de grande poder é a Bíblia. E por causa dela as coisas acontecem num futuro apocalíptico.
Achei lamentável porque a grande mensagem do filme é que o mundo ruiu por falta da palavra da Bíblia. Sem ela, o povo escolhido fica a vagar sujeito a opressão. E redentoramente o guardião do livro é um negro. É uma mistura de expiação e inclusão para a sociedade norte-americana. Ocorre que, esse filme reforça, direta ou indiretamente, o enorme equívoco fundamentalista de interpretar um livro sagrado literalmente.
Do mesmo modo que realizam-se casamentos na Palestina de homens com crianças de 9, 10, 11 anos porque a esposa mais nova de Maomé tinha 9 anos, realizam-se cruzadas fundamentalistas justificadas pela ideia de que os cruzados estão levando a palavra ou porque são o povo escolhido. Essa ideia reforça o movimento do "Criacionismo", que rejeita o "Evolucionismo" de Darwin porque isso não está na Bíblia.
Lembrei agora de uma vizinha que tivemos que não acreditava em dinossauros porque não estava na Bíblia. E quando perguntamos sobre os registros e ossos ela respondeu um mero: -"É efeito!" (efeito especial).
Pronto, o filme é bom mas é ruim, não recomendo mas acho que alguns deviam ver... pensando.
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