quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Adaptações... DETESTO!!!

É isso mesmo, detesto adaptações! Tenho resistência a elas com toda a força do meu ser.

Tomemos por exemplo o Game Of Thrones, adaptação da HBO para as fantásticas Crônicas de Gelo e Fogo. Uma lástima. Vi a primeira temporada de uma vez e foi o suficiente para afirmar que... não gosto, não vejo e não recomendo, mesmo que seja outorgada pelo autor.


O principal pecado das adaptações para mim é... mudar o original. Sempre alguém, que tem muito menos genialidade e talento que o escritor, decide cortar, estender, distorcer, refazer, esconder ou remendar aspectos da obra para cumprir a meta de "encaixar" a arte num modelo, padrão ou formato. Não é uma tradução, é uma transformação que na maioria das vezes resulta numa caricatura grotesca.

Recentemente a Rede Globo exibiu uma adaptação de Gabriela, do fabuloso Jorge Amado. Para variar, abominei a lógica da adaptação. Gente que morre no 2ª capítulo do livro ficou viva até a metade da "novela" para valorizar as cenas de amor e porque o público gostou. Pegaram literatura de qualidade e transformaram  em entretenimento orientado por pesquisa de opinião do público.


Um excelente professor de Interpretação de Texto, que adora as adaptações orientou-me a considerar a adaptação como uma nova obra, diferente da original. Afirmou que eu não poderia assistir Gabriela pensando no livro. É uma outra obra. Mas eu digo que, se for para ser uma obra nova, ela não deve ter o mesmo nome, os mesmos personagens, as mesmas locações e os mesmos dramas escritos, organizados e retratados de maneira diferente ao que o autor propôs. É uma outra obra? Então não chame de Gabriela, Cravo e Canela, chame de Iolanda, Figo e Lombinho ou como queira. E não a coloque em Ilhéus, coloque a obra em Joinville ou Palmas.

Exemplos de adaptações ruins (ou anomalias) frente ao original são fartos. O filme do Demolidor (com Ben Aflleck), do Juiz Dreed (com Stallonne), vários e vários Batmans e a série Smallville são apenas exemplos de uma lista enorme. Alguns deles, se não vivessem ou nascessem como referência a outra obra poderiam ser tidos como bons, mas transformar a obra original... é um pecado.

Porém eu gosto de traduções... Adorei fervorosamente a Trilogia do Senhor dos Anéis, de autoria de J. R. R. Tolkien, filmado pela Warner com o diretor Peter Jackson. Ele fez alterações mínimas no enredo e mesmo nos detalhes que omitiu ou modificou, foram na linha exata da obra.

Outra tradução que destaco, também da Warner, é o filme 300, filmado por Zack Snyder. A obra original é um HQ do Frank Miller que alcançou rapidamente o status de clássico. Zack Snyder fez um trabalho primoroso em levar o sotaque dos quadrinhos para as telas. Perfeito.

No 300 Miller não é fiel a história e inseriu no texto muitas coisas inverossímeis e fantasiosas, mas a obra é dele e ele poderia inserir o que quisesse. Entendo que o mesmo raciocínio pode ser aplicado ao filme, porque o filme é do  Zack Snyder e por isso ele poderia fazer como quisesse. Eu digo que não! Não é a mesma coisa. O filme existe por causa do original e por isso deve respeitá-lo.

Em suma, quer fazer diferente do original? Faça outro.


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