quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ultimate Fighting Championship - UFC


O Ultimate Fighting Championship, ou UFC como chamamos, é uma organização que promove lutas de MMA (Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas). Não existe apenas essa empresa, mas é a de maior renome e visibilidade do mundo.

O UFC começou em 1993, por iniciativa da família Gracie (brasileira) nos EUA. E depois de algumas edições de sucesso e várias dificuldades acabaram vendendo o negócio para a Zuffa Entertainment, que conseguiu elevá-lo ao que é hoje.

Assisti aos primeiros em VHS, na época antes da internet e da falta de fronteiras virtuais no mundo. Adorei. Mas arrefeci nos anos seguintes, achava legal, mas não a ponto de fazer esforço para acompanhar. Mesmo o finado PRIDE, que era fantástico, não mobilizava minha atenção para tanto. A quase dois anos voltei a ser fã. Agora assisto a todos e curto bastante. Essa mudança deve-se em parte pelo sucesso dos lutadores brasileiros no UFC e pela facilidade em acompanhar que temos hoje, graças as transmissões por paper-view.

O UFC começou sem regras, mas foi domesticado. Para alguns a ponto de perder a graça e para outros muito menos do que deveria. É violento, sim. Mas é menos violento do que alardeiam. O Boxe, por exemplo, causa mais dano sério que o MMA porque a luva amortece o impacto na pele mas o transfere para o cérebro em vibração. Assim o lutador segue lutando e lesionando o cérebro por muito mais tempo. No MMA, como a luva é pequena fere a pele mais rapidamente e os combates são mais curtos, causando mais danos superficiais do que profundos. Não há contagem de tempo no knockout, apagou acaba a luta. Além disso o MMA está muito longe ser a "luta livre" que falam. Existem regras e elas acabam por proteger os lutadores. Não pode bater nas virilhas, dedo no olho, chutar a cabeça de um oponente caído ou com três apoios no chão, morder, dar pancadas nas costas da cabeça ou na coluna e assim por diante. Na verdade a pior coisa para o lutador não são as lesões durante a luta e sim o processo de perder peso para bater o limite da categoria. E não há esporte de alto desempenho que não rime com dor. Os atletas olímpicos de Tênis de Mesa tem de conviver com lombalgias e tendinites nos joelhos, ombros e punhos e também problemas posturais como escoliose e cifose e tudo isso pode doer demais. Não há esporte de alto desempenho sem DOR!

O MMA começou como espetáculo e depois foi transformado em esporte na sua apresentação ao público. Na prática ele situa-se num limbo entre as duas esferas. É esporte na dedicação, esforço e competitividade dos atletas em melhorar, inovar e concorrer em novos patamares continuamente e é espetáculo na medida que subordina as lutas a falta de ranking e clareza na definição das lutas. Efetivamente, as lutas são casadas não a partir de um ranking de pontuação definida e sim através do desempenho do lutador em suas lutas e no impacto gerado no público diante da apresentação. Prefiro a dimensão do esporte e antipatizo profundamente com a lógica de mercado no agendamento de lutas.

Existem 8 (oito) categorias dividas por peso. A Mosca com até 56,7kg é a menor e mais recente e tem como campeão o americano Demetrious Johnsons. Temos o peso Galo com até 61,2 kg com o campeão Dominick Cruz(EUA) machucado e com o campeão interino Renan Barão(BRA) aguardando a unificação. No peso Pena, de até 65,8kg, impera o brasileiro José Aldo. Entre os Leves, com até 70,3 kg o Americano Ben Henderson ainda consolidar sua imagem. Nos Meio-médios, com até 77,1kg, o aclamado campeão canadense Georges St. Pierre volta de lesão para enfrentar o americano Carlos Condit, dono do cinturão interino. Entre os Médios, com até 83,9 kg, reina soberano e imbatível o inigualável Anderson Silva, que honra o Brasil com uma invencibilidade que dura quase 7 anos com 10 lutas de defesa de título. Já entre os Meio-pesados, com até 93 kg, o americano Jon Jones ambiciona tornar-se uma estrela de grande magnitude, sendo jovem, duro e promissor. E por fim, entre os Pesados, com até 120,2 kg, nosso Júnior Cigano detém o cinturão a um ano.

O Brasil, além de pioneiro, está muito bem na fita. Atualmente, dentre as 8 categorias, temos 3 cinturões e 1 interino. Os EUA tem 3 cinturões e 2 interinos. E desde que o UFC passou para mãos norte-americanas, nunca estivemos tão bem representados.

Nenhum comentário: