terça-feira, 12 de abril de 2011

J. R. R. Tolkien

Terminei de ler novamente o Silmarillion... estou deliciado!
Tolkien nos presenteou com um universo repleto de grandes histórias. Em todos os seus livros mergulhamos ameaçadoramente nas trevas e na esperança, no desafio e na coragem, sempre com a marca da tragédia, aplacada pelo poder da vida e da criação.

O primeiro livro, na cronologia de sua fantasia foi o último a ser editado e também escrito e reescrito (ou penúltimo se considerarmos o sexto como sexto... calma, vai dar pra entender). O SILMARILLION encarna a máxima bíblica de que os últimos serão os primeiros. Na verdade ele não é um livro, ele é uma compilação de textos que remontam a criação de Arda, onde está a terra média e toda a epopéia da criação dos primogênitos(elfos) e dos sucessores(homens) e seus martírios, suas glórias e desgraças. É demasiado humano. Foi organizado após a morte de Tolkien e "explica" a saga da trilogia do anel.

O segundo livro na cronologia fantástica é o Hobbit, que foi o primeiro a ser escrito. Surgiu como brincadeira para as crianças e acabou virando um livro. É um livro infantil. Completamente. Todas as aventuras e perigos são narrados com uma inocência de 8 anos. É divertido, mas não é, repito, adulto.

A partir daí segue a trilogia do anel, com A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei, nesta ordem. Tolkien iniciou A Sociedade do Anel na mesma pegada do Hobbit, com uma escrita infantil e progressivamente foi transformando a história numa aventura para adultos. Ao passar das páginas a história vai ficando dramática e escura. Tudo vive a um passo do desespero e do desengano. A todo instante o mal parece que vai vencer. Parece que tudo será perdido, mas a esperança ressurge em detalhes, no improvável, no inesperado e simples. Tolkien foi brilhante.

Ainda há um sexto livro... que não é um livro... Contos Inacabados, que são histórias, contos escritos no cenário de Arda sem ter nexo direto com os acontecimentos, fim ou importância crucial para a saga. Isso não significa que deve ser desprezado. Representa mais um brinde, uma experimentação no universo dos Valar, Maiar, Primogênitos e Sucessores.

Eu concordo com as críticas de que Tolkien expressa preconceitos étnicos na obra. Para mim isso é claro, mas, seguindo minha forma de encarar as obras de arte, não era esse o objetivo de Tolkien. Não são obras "racistas" e não se propõe a disseminar a discriminação. É meramente a expressão de uma pessoa do seu tempo, que vivia numa sociedade "racista" e preconceituosa. Não desmerece a obra em nada, mas merece debate.

E por fim, é uma leitura em certos momentos árida, porque Tolkien se esforça para construir um universo novo, do clima ao relevo e à vegetação. Ele usa muitas linhas para descrever o cenário e isso às vezes é um pouco chato e necessita de conhecimento conceitual de geografia, pois temos de saber o que significam escarpas, planaltos e vales por exemplo. Mesmo assim Tolkien é fantástico.
Acho que vou reler a trilogia! hehehe

P.S. E se tiver mais coisa que eu não sei me informem que eu quero ler hehehe

2 comentários:

carlos disse...

Tem ainda os filhos de Húrin (épico trágico) e As Aventuras de Tom Bombadil e outras Histórias. Sou fã desde os 12 anos até aos 20 devo ter lido umas três vezes a trilogia, depois nos trinta e muitos reli após ver os filmes (bons mas bem atrás dos livros).

Contra a Maré disse...

kkkkkkkk
Lerei!!!!