Muito à frente, uma cegonha e dois baús brincam de quem é
mais lento,
A procissão preguiçosa e angustiada arrasta-se por distâncias
sem cor,
Alguém precisa avisar ao cara da caçamba verde que ele não
guia um kart,
A moça velha, conservada em nicotina, tem a vida ganha,
Pois não tem pressa e, sempre gentil, cede vagas compulsivamente,
E lá vem o espaço, e com ele vêm as motos, todas
educadamente em fila,
E lá se foi o espaço, então já não há motos educadas,
E lá se foi o espaço, então já não há motos educadas,
Há faixas, laços e piparotes, com listras pontilhadas contínuas,
Que embrulham o presente coletivo, de radares e impaciência,
Porque eu passaria o dedo no pescoço de alguém?
O tempo atrasa.
Évio Gianni