segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Abandonando o muro.

Pois é...
Eu sou decepcionado com o PT. Decepcionado porque ele avançou com muita avidez nas práticas históricas de prevaricação e corrupção nesses 12 anos de gestão, "justificado" por uma necessária estabilidade política no congresso. Apesar da acertada, e histórica, política social, discordo com o princípio de que "os fins, justificam os meios". Esse princípio sempre leva a distorções, e levou, como comprovam a maior parte da cúpula do Governo Petista condenada ou acusada corretamente por corrupção e abuso de poder. E, sendo justo no balanço geral, as duas gestões do Lula foram as melhores de nossa história. Disparado.
A gestão da Dilma não é boa, mas não é ruim. É meramente "continuísta". A economia não vai mal, mas está muito longe de ir bem, por mais que se queira defender. Os avanços necessários em infra-estrutura são tacanhos, e não existe reforma econômica, tributária ou política à vista no horizonte. O setor financeiro continua lucrando alto, a produção é tímida e a Petrobrás caminha para tornar-se uma sombra do que foi. A corrupção diminuiu, e uma vez que se viram mal alimentados, os setores reacionários da sociedade ganham força, mais pela inoperância do governo do que simplesmente por competência.
Eu preferia não ter outra gestão do PT, para que o poder fosse alternado. Isso é saudável e acaba por tornar a gestão mais laboriosa, cuidadosa e menos assenhorada do poder.
Porém, a alternativa ao PT apresentada pelo PSDB é tão ruim, tão frágil, tão questionável, tão retrógrada e vinculada a elite, que se pensa branca e superior, que votarei novamente 13, esperando ansiosamente que uma nova gestão da Dilma tenha início no alvorecer de 2015.
Voto 13.

Obs1. Postado no Face dia 21 do 10.
Obs2. Não considero uma eventual gestão do Aécio o fim do mundo. Mas que é um futuro indesejável... é.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Será que Drax entenderia esse poema?


Muito à frente, uma cegonha e dois baús brincam de quem é mais lento,
A procissão preguiçosa e angustiada arrasta-se por distâncias sem cor,
Alguém precisa avisar ao cara da caçamba verde que ele não guia um kart,
A moça velha, conservada em nicotina, tem a vida ganha,
Pois não tem pressa e, sempre gentil, cede vagas compulsivamente,
E lá vem o espaço, e com ele vêm as motos, todas educadamente em fila,
E lá se foi o espaço, então já não há motos educadas,
Há faixas, laços e piparotes, com listras pontilhadas contínuas,
Que embrulham o presente coletivo, de radares e impaciência,
Porque eu passaria o dedo no pescoço de alguém?

O tempo atrasa.

Évio Gianni